Prestes à completar duas semanas, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) emerge como um dos principais temas que terão de ser enfrentados pelos pré-candidatos à Presidência da República, pelas suas questões de fundo, como a execução ou não das penas em segunda instância, e tendo em vista o gigante capital político do petista – mesmo preso, ele tem 31% das intenções de voto, segundo o Datafolha.
A disputa para o Palácio do Planalto em outubro tem, até o momento, quase duas dezenas de nomes. Entre os principais, predominaram duas posições: os que miraram nesse quociente da população e rechaçaram a prisão, com alguma expectativa de herdarem os votos do petista após um provável impedimento pela Lei da Ficha Limpa; e os que falaram a outro considerável índice os 36% dos brasileiros que rejeitam o petista.
Na primeira posição, ganharam destaque Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’Ávila (PCdoB). Os dois foram à São Bernardo do Campo (SP) e dividiram o carro-de-som com o ex-presidente no dia da prisão. Mais moderado, Ciro Gomes (PDT) publicou uma nota no Facebook lamentando a detenção do “amigo” e afirmando que “não consegue ver justiça” no ocorrido.
Do outro lado, outra possível herdeira dos votos de Lula, a ex-senadora Marina Silva (Rede) não endossou essa posição. A pré-candidata da Rede, favorável à prisão em segunda instância, disse que “as decisões da Justiça devem ser respeitadas por todos e aplicadas igualmente por todos”.
Quem também exaltou a prisão de Lula foram os pré-candidatos Geraldo Alckmin, Jair Bolsonaro, Alvaro Dias, João Amoêdo e Flávio Rocha, cotados para concorrer por PSDB, PSL, Podemos, Novo e PRB, respectivamente. Para Alckmin, “ninguém está acima da lei”; Bolsonaro, “uma vitória da Justiça”; Dias, “é um avanço, a impunidade perdeu”; Amoêdo, “um passo importante para o Brasil mostrar que é um país em que ninguém está acima da lei”.
Em uma declaração um pouco menos enfática, o postulante do DEM, Rodrigo Maia, se limitou a dizer que lamentava a prisão de um ex-presidente, mas que o mandado de prisão foi baseado em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e que Lula teve “o mais amplo direito de defesa”.
* Matéria original de VEJA
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