No fim de agosto, noticiamos um esquema de contratação de influenciadores no Twitter para fazer propaganda pró-PT. Nesta sexta-feira (28), uma das agências envolvidas nesse tipo de campanha teve alguns páginas e perfis excluídos do Facebook por “fazer propaganda política não-orgânica”.
No caso, foram excluídas 11 páginas e 42 perfis associados com as atividades da agência Follow, que supostamente pertence ao deputado Miguel Corrêa (PT-MG).
A questão toda envolvendo a Follow é que a agência supostamente pagava para pessoas distribuírem conteúdos de teor político no Facebook para que eles parecessem orgânicos.
É permitido fazer propaganda política na internet. A questão é a identificação. A legislação brasileira prevê que isso seja feito por meio de impulsionamento e que a plataforma disponibilize informações da campanha, como partido, candidato e CNPJ.
Em agosto, nós noticiamos que a agência Follow desenvolveu uma aplicação para o Twitter chamada “Brasil feliz de novo”, associada ao PT e divulgada nas redes sociais do partido. A aplicação se definia como uma “plataforma de compartilhamento de notícias” e que possibilitava pagamentos para usuários que cumpriam certas missões.
Aparentemente, após verificar o tipo de atividade deles no Twitter, o Facebook resolveu ir atrás e notou que havia algo parecido na rede social.
“Nós queremos que as pessoas possam confiar nas conexões que elas têm no Facebook e, por isso, nossos Padrões da Comunidade não permitem que contas operem de maneira coordenada para enganar as pessoas sobre a origem de conteúdos ou para permitir outras violações de nossas políticas. Também não permitimos contas falsas”, afirmou o Facebook em blog post.
Exclusão de perfis tem precedentes
Importante lembrar que essa não é a primeira vez que o Facebook exclui páginas envolvidas em um contexto político. Em julho, o MBL (Movimento Brasil Livre) foi alvo de exclusão de perfis e páginas. No caso, tratava-se de uma “rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem do seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação.”
Na época, o Facebook anunciou que tinham sido excluídas 196 páginas.
O MBL, por sua vez, protestou em frente à sede do Facebook em São Paulo, mas não obteve respostas ou o restauro das páginas e perfis excluídos.
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