Os candidatos a deputado estadual Rodrigo Amorim e a federal Daniel Silveira, ambos integrantes do PSL, partido do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), quebraram uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada a tiros em 14 de março deste ano, junto com o motorista Anderson Gomes.
A imagem que registrou o momento, postada na página do Facebook do próprio Amorim, viralizou nas redes sociais e provocou reações de indignação na internet.
Na publicação, Amorim, que aparece ao lado de um candidato a deputado federal pelo PSL, o policial militar Daniel Silveira, disse que o ato foi feito com objetivo de “combater com força” o PSOL, partido de Marielle, e “suas pautas repugnantes”. “No que depender de mim vocês terão dias muito difíceis na ALERJ no ano que vem”, afirmou, disse o candidato a deputado estadual. Amorim foi, em 2016, candidato a vice-prefeito na chapa do filho de Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, para prefeito do Rio. Atualmente, ele concorre ao Senado.
Em publicação no Twitter, o PSOL repudiou a imagem. “Esses que fazem piada da dor dos outros. Esses que falam apenas sobre ódio. Esses que violentam muitas a cada ato. Esses que não suportam a ideia de mulheres com autonomia e força própria. Nunca chegarão aos pés de Marielle Franco”, afirmou o partido.
O candidato à Presidência pela sigla, Guilherme Boulos, também usou seu perfil na rede social para criticar a quebra da placa. “Três idiotas aparecem em foto quebrando placa que homenageava Marielle Franco no Rio de Janeiro. Um deles com camiseta que estampa o rosto do único candidato que não lamentou a execução da vereadora”, disse o socialista, destacando que Amorim vestia uma camisa com o rosto de Jair Bolsonaro estampado.
No Facebook, Amorim postou no domingo (30) um vídeo em que, ao lado de Silveira, retira a placa que depois apareceu quebrada. Ela era uma réplica não-oficial de indicação de rua no Rio de Janeiro e foi colocada sobre a da Praça Floriano, nome oficial da Cinelândia, onde fica a Câmara dos Vereadores.
Em uma live feita na quarta-feira (3) após a repercussão negativa da imagem que viralizou, Silveira disse que tomou a atitude em repúdio ao vandalismo cometido contra o patrimônio público.
“Eles pegaram uma placa fake e colaram por cima do patrimônio tombado, sem autorização prévia da prefeitura, passando por cima da Lei Orgânica. Nós não depredamos, nós restauramos o patrimônio”, defendeu.
À Folha de S. Paulo, Amorim contou que, após a retirada no domingo à noite, levou a placa –feita de acrílico– para Petrópolis, onde foi fotografado com ela rasgada ao meio. Ele afirmou que o cartaz foi danificado no momento da retirada, na ponta, e ao meio no transporte até a região Serrana.
"Na hora de tirar a placa ela partiu. No dia seguinte, narramos esse ato num discurso contra a esquerda e mostramos a placa. Nem sei onde está mais. Não sei se está no lixo. Mas quero deixar claro que não foi uma apologia anti-Marielle”, ponderou.
Marielle Franco foi assassinada em um crime ainda não esclarecido, no Rio de Janeiro. As principais linhas de investigação apontam para o envolvimento de milicianos e policiais, mas a autoria e os mandantes ainda não foram identificados.
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