CONGRESSO PERDOA R$ 1 BILHÃO EM DÍVIDAS DE IGREJAS, ENQUANTO MANSÃO DE LUXO DA UNIVERSAL EM CAMPOS DO JORDÃO PERMANECE ISENTA DE IPTU
Em 2020, o Congresso Nacional aprovou o perdão de aproximadamente R$ 1 bilhão em dívidas de igrejas, incluindo obrigações previdenciárias e tributárias. A decisão gerou forte reação pública à época, especialmente pela contradição entre o discurso político de austeridade e o benefício concedido a instituições que, em muitos casos, possuem alto poder econômico, midiático e eleitoral.
Ainda naquele período, o nome de Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, voltou ao centro das discussões nas redes sociais, chegando a aparecer nos Trending Topics do Twitter com milhares de menções. A repercussão se intensificou devido à divulgação de reportagens, produzidas ao longo dos anos de 2007 a 2021, sobre uma mansão de quase 4.000 m², localizada em Campos do Jordão (SP), avaliada em cerca de R$ 4 milhões, com 18 suítes, quatro andares e elevador panorâmico. O imóvel, segundo matérias publicadas na época, foi registrado em nome da Igreja Universal, o que o colocaria sob isenção de IPTU, por se enquadrar na legislação de imunidade tributária para entidades religiosas.
Além disso, documentos divulgados por veículos de imprensa mostraram que em 2007 a mesma propriedade teria sido alienada como garantia de um empréstimo de R$ 8,2 milhões junto ao Bradesco, o que reforçou críticas sobre o uso de patrimônio religioso como instrumento financeiro e não apenas espiritual ou assistencial.
Em 2025, com o acúmulo de debates, fica evidente que a polêmica não se resume ao nome de Edir Macedo, mas à estrutura legal e tributária que rege instituições religiosas no Brasil — um modelo que mantém imunidade quase absoluta, mas carece de transparência, fiscalização e critérios claros sobre o que realmente caracteriza bens destinados à fé, à caridade ou ao enriquecimento institucional.
Se o Estado perdoa grandes dívidas e concede benefícios fiscais milionários a organizações religiosas, enquanto milhões de brasileiros enfrentam desigualdade, insegurança alimentar e precariedade de serviços públicos, a pergunta permanece — e continua atual em 2025:
a imunidade tributária está protegendo a fé ou financiando o luxo?

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